Portugueses correm à procura de máscaras FFP2, mas cirúrgicas lideram vendas

Portugueses correm à procura de máscaras FFP2, mas cirúrgicas lideram vendas

Alguns países europeus, confrontados com a maior transmissibilidade das novas variantes da Covid-19, mudaram as regras da utilização de máscaras, sendo obrigatório usar máscaras FFP2 em lojas, ou até transportes públicos. Com o anúncio destas novas medidas, e apesar de esta não ser a indicação das autoridades de saúde em Portugal, também os portugueses correram à procura destas máscaras.

A presidente da Associação de Farmácias de Portugal (AFP), Manuela Pacheco, diz ao ECO que “houve uma procura muito maior deste tipo de máscaras”, no arranque deste ano.

Com o aumento de casos e com alguns países a exigirem o uso de FFP2, “foi posto em causa a proteção que as máscaras cirúrgicas estariam eventualmente a dar e claro procura-se as máscaras com maior proteção”. Essencialmente, as pessoas procuram estas máscaras porque lhes confere uma maior confiança, explicou a farmacêutica.

O ECO contactou algumas farmácias com loja online, tendo obtido resposta da loja “A Farmácia”, que teve um grande “aumento de dezembro para janeiro”. Mais concretamente, revelam que vendeu mais 546 unidades. De 17 unidades vendidas em dezembro, passaram para 563 em janeiro, o que corresponde a um aumento de mais de 3.200%.

Quanto ao preço deste tipo de máscaras nas farmácias, Manuela Pacheco notou que o preço sempre foi superior ao das máscaras cirúrgicas, mas que não sofreu nenhuma alteração.

Apesar do aumento da procura nas farmácias, continuam a ser as cirúrgicas as mais procuradas e vendidas, confirmou a presidente da AFP.

Também no OLX a procura por este tipo de máscaras cresceu. Segundo um estudo da plataforma, enviado às redações, a procura por máscaras FFP2 aumentou 98% na segunda quinzena de janeiro. A procura teve um maior crescimento em Braga (+98%), seguido do Porto (+95%) e Lisboa (+87%). O aumento deu-se também no lado da oferta, sendo que, na segunda quinzena do primeiro mês do ano havia mais 58% de anúncios de máscaras FFP2 em Braga, mais 42% no Porto e 29% em Lisboa

Depois das medidas assumidas em vários países europeus, o OLX quis perceber se havia algum impacto em Portugal. “Como se pode constatar, a reação das pessoas, talvez antecipando que os nossos decisores seguissem o mesmo caminho, foi imediata e bastante significativa”, indicou Alexandra Santos, marketing lead do OLX Portugal, citada em comunicado.

O mesmo aconteceu no mercado online Dott. Sem partilharem dados concretos de cada mês, a plataforma disse ao ECO que “as máscaras FFP2 tiveram de dezembro para janeiro um aumento de vendas de 1.500%”.

“Em dezembro o nome ‘FFP2’ ou ‘Máscaras FFP2’ não constava sequer da nossa pesquisa, já em janeiro foi uma das palavras que gerou mais tráfego. Desde o início do mês de janeiro a pesquisa por máscaras FFP2 no Dott tem tido um crescimento exponencial”, referiu Alexandre Pereira, marketing team leader do Dott.

Apesar do aumento da procura, o preço das máscaras manteve-se. Como explica a empresa, apesar de ser “o vendedor a determinar o preço dos seus produtos” há um maior “controlo nos preços deste tipo de produtos, que se tornaram essenciais para a segurança e proteção de todos, para que não haja por parte dos vendedores qualquer aproveitamento”. Houve sim, mais vendedores a vender este tipo de equipamento.

Segundo a norma atual da Direção-Geral da Saúde, este tipo de máscaras estão destinadas aos profissionais de saúde que estão na linha da frente no combate à pandemia. Também o Centro Europeu de Controlo de Doenças “não apoia o uso de máscaras de proteção FFP2” contra a Covid-19 pelo grande público, com base nos dados científicos de que dispõe atualmente, informou a Comissão Europeia na semana passada.

 

Fonte: Eco.Sapo.pt

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